quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

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"todas as coisas foram feitas por meio dela e sem ela nada se fez do que foi feito"

e deus
fez a luz
e a luz
ofuscou deus
e então
criou-se a palavra

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

31° do André

A expectativa era de que o apartamento estivesse cheio, com grupos de pessoas se reunindo e se separando - e a variedade de bebidas seguisse a mesma lógica. Todos, com exceção do aniversariante, seriam completamente desconhecidos. Tensão.
Mas, enfim, adentrando ao recinto, éramos 6, incluindo Salompas Cat - membro muito ativo, por sinal. A coisa toda muito à vontade, pequenos saboreios de cachaça, cerveja gelada e variados tira-gostos. Em certo momento até Strokes, This is it, o melhor deles. E as coisas que deveriam ser sempre assim: por que, afinal, não são? Mas isto é só um agradecimento nosso ao texto do André. Suerte, amigo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

tardes achocolatadas

“Mas nada se transformou, e agora está evidente que foi justamente com a minha aventura que joguei fora as probabilidades da transformação” I. Kertész

E eu que, me lembro bem, sentia um conforto (agora) (estranho) naquela casa com muros nas janelas e pisos frios quando, espremidos entre pães e margarinas e copos azuis, bebíamos toddy (®) (ele chegava a consumir uma caixa inteira nisso) e (ainda) acreditávamos no que falávamos. As tardes promissoras (de frio?) em que andávamos pelas ruelas (sempre) (estranhas) e imaginávamos projetos que (ainda) não sabíamos impossíveis, indo para lugares certos, seguros (e inconscientes) de que nossa idiotice era o máximo do que podíamos. Estávamos errados (claro) e porque (é claro) um idiota não pode ser o máximo de nada que não seja a própria idiotice (o que já é de um otimismo idiota). E se passamos o resto de nossas vidas tentando corrigir aquelas tardes significa que continuamos nelas, é a pergunta que eu nunca soube perguntar e ele nunca estaria pronto para responder. E se (agora) busco (e encontro) prazer em tomar um copo de toddy (®) numa tarde devoluta, perpetuo (desesperado) o eco de um som que (a rigor) nem (sequer) existiu (?).

Acabou.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

sua receita

minha letra não me diz nada

e as fontes inúmeras do computador

dizem tudo.


você esqueceu uma receita em casa

com uma caneta grossa escreveu um mundo:

é minha.


a receita que você deixou começava:

cenoura, farinha, leite condensado,

eu me perdia.