(...)
JP: Pira, qual foi a viagem mais marcante que você fez?
PIRA: Um vez sobrevoei as cataratas do Iguaçu de helicóptero...
JP: (interrompendo) Playboy, hein...
MARCO: Qual era o modelo?
PIRA: Do helicóptero?
MARCO: Não, do seu vestidinho...
JP: (risos contidos)
PIRA: (vermelho, o rosto) Sei lá, porra.
JP: Hum, ficou nervoso.
MARCO: Então foi por ali que você aprendeu o seu fluente espanhol?
PIRA: Não, não, eu já tinha ido pra Argentina outras vezes.
JP: (cochichando) Marco, gravou isso?
MARCO: (também cochichando) Sim. Parece que ele foi pra Argentina...
JP: Esse cara é louco.
MARCO: Pirado...
PIRA: Comé que é?
MARCO: Pira, mudando de assunto, por acaso você não viu por lá um sujeito de baixa estatura, chamado Galberti Mainardi?
PIRA: Mainardi... Mainardi... Não é aquele escritor?
MARCO e JP: Isso!
PIRA: Sim, sim. Li a última coluna dele na Veja.
JP: Na Veja?
MARCO: Veja?
PIRA: ...
JP: (decepcionado) Pira, obrigado pela entrevista.
MARCO: (calado, ajeita suas anotações - como faz o William Bonner - e se retira do ambiente).
PIRA: ...
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terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
domingo, 4 de fevereiro de 2007
EntreVistas: Pira (Parte 2)
(...)
JP: Pira, esqueça isso, vamos voltar. Você já preencheu algum formulário?
PIRA: Por supuesto.
MARCO: (comentando) Olha o Pira...
JP: (com todo respeito) Você acrescentaria um terceiro quadradinho na opção "sexo"?
MARCO: (risos contidos).
PIRA: (pensando longamente).
MARCO: Deixa pra lá. Você deve saber que "pira", na língua tupi, é "peixe". Muitos nomes de cidades brasileiras são formados por essa palavra como sufixo ou prefixo, como, por exemplo, a sua própria cidade natal, a agora famosa "peixei grande". Se você pudesse escolher, você seria o quê? Sufixo ou prefixo? Se sufixo, qual seria o seu prefixo, ou vice-e-versa?
JP: (risos mais ou menos contidos).
PIRA: (pensa ainda mais longamente).
MARCO: Então... (ansiosamente tamborilando os dedos na mesa, um seguido pelo outro, começando pelo dedinho).
PIRA: (começa a escorrer uma gota de suor da sua têmpora direita).
JP: Quente hoje, não?
MARCO: Um minuto (sai do ambiente e volta com um termômetro). Vinte e dois graus... (suspira).
JP: É... não muuuito. Onde estava esse... esse...
MARCO: (interrompendo) termômetro.
JP: Isso! Onde estava?
PIRA: (segue pensando e suando).
MARCO: Na geladeira.
JP: (se levanta correndo) Tem que aumentar a temperatura, caralho! As cervejas ... (grito inaudível vindo da cozinha).
MARCO: (segue tamborilando os dedos na mesa).
PIRA: (já não se sabe se ele estava mesmo pensando, mas com certeza suando).
JP: (volta cabisbaixo).
MARCO: João, estava na porta da geladeira.
JP: É...
PIRA: (de supetão) Ah! Já sei!
(a continuar)
JP: Pira, esqueça isso, vamos voltar. Você já preencheu algum formulário?
PIRA: Por supuesto.
MARCO: (comentando) Olha o Pira...
JP: (com todo respeito) Você acrescentaria um terceiro quadradinho na opção "sexo"?
MARCO: (risos contidos).
PIRA: (pensando longamente).
MARCO: Deixa pra lá. Você deve saber que "pira", na língua tupi, é "peixe". Muitos nomes de cidades brasileiras são formados por essa palavra como sufixo ou prefixo, como, por exemplo, a sua própria cidade natal, a agora famosa "peixei grande". Se você pudesse escolher, você seria o quê? Sufixo ou prefixo? Se sufixo, qual seria o seu prefixo, ou vice-e-versa?
JP: (risos mais ou menos contidos).
PIRA: (pensa ainda mais longamente).
MARCO: Então... (ansiosamente tamborilando os dedos na mesa, um seguido pelo outro, começando pelo dedinho).
PIRA: (começa a escorrer uma gota de suor da sua têmpora direita).
JP: Quente hoje, não?
MARCO: Um minuto (sai do ambiente e volta com um termômetro). Vinte e dois graus... (suspira).
JP: É... não muuuito. Onde estava esse... esse...
MARCO: (interrompendo) termômetro.
JP: Isso! Onde estava?
PIRA: (segue pensando e suando).
MARCO: Na geladeira.
JP: (se levanta correndo) Tem que aumentar a temperatura, caralho! As cervejas ... (grito inaudível vindo da cozinha).
MARCO: (segue tamborilando os dedos na mesa).
PIRA: (já não se sabe se ele estava mesmo pensando, mas com certeza suando).
JP: (volta cabisbaixo).
MARCO: João, estava na porta da geladeira.
JP: É...
PIRA: (de supetão) Ah! Já sei!
(a continuar)
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
QSEDQ EntreVistas: Pira
Francisco Alberto de Pirajá Santos, o Pira, é o primeiro entrevistado da nova série do QSEDQ: EntreVistas. E como algo só pode ser entre duas coisas, no caso, vistas, João Pedro e Marco visualmente conduzem o presente interrogatório. Sim, porque o QSEDQ não entrevista, interroga - sem rogar - e pessoalmente. E prefere gente desconhecida.
Bobagem, vamos ao Pira.
Pira é o gerente administrativo de uma unidade do Exército brasileiro. Ele prefere não mencionar mais detalhes sobre isso. Por que escolhemos o Pira? Ele lê, e escreve. Entrou em contato com a redação deste ignorativo, queria publicar também. Mas como achamos que o Pira era por demais o Pira, pensamos uníssonos (embora os pensamentos não emitam sons, ao menos os das pessoas educadas): interrogue-mo-lo.
A argüição durou aproximadamente 15 horas. Nenhum de nós sabe precisar o tempo exato, pois em certo momento revezamos e em outro, dormimos (cada um em seu respectivo espaço particular). Mas não é isso o que importa: para uma melhor digestão virtual, cortamos os trechos de silêncio (aproximadamente 4 horas), além dos papos-cabeça (27 minutos) e resumimos tudo em 3 partes, que serão publicadas com um breve intervalo entre si, de modo que dê chance para que o leitor naturalmente faça as reflexões cabíveis.
A inqüirição teve um resultado notável pelo nível de QSEDQ do entrevistado (já falamos do índice que inventamos, o "nível QSEDQ" de ignorância positiva?).
A perqüirição se segue, e basta de sinonímia.
JOÃO PEDRO: Pira, prazer. Isso chega a ser um trava-línguas, hein (risos).
MARCO: (que não ri) Não foi boa, não, João.
JP: É... Pira, quantos anos você tem?
PIRA: Trinta e cinco na certidão. Mas onde nasci...
MARCO: (interrompendo) Onde você nasceu?
PIRA: (irritado) Mas onde nasci não havia...
MARCO (interrompendo novamente): Onde você nasceu mesmo?
PIRA: (finalmente ignorando Marco) Não havia cartório nem nenhuma autoridade, lá ...
JP: (enquanto Pira continua falando) Marco, acho que ele não sabe...
MARCO: (Pira ainda fala) É...
JP: (Pira...) Foda-se, volta o gravador pra ele.
MARCO: (...) É melhor...
PIRA: ... então papai e mamãe resolveram fazer isso e eu prefiro dizer mesmo que tenho 35. Mas vai que tenho 40, 45. Ou mesmo 25. Se isso tivesse acontecido mesmo, se eu tivesse mesmo 25 anos, imaginem, há 10 eu tinha 15 e há 25 eu estaria nascendo.
JP: Faz sentido.
MARCO: Mas porque você chama seu pai de papai? Ao invés de você, você também diria "vossa mercê"?
PIRA: Não sei... (pensa longamente). De qualquer jeito, você não é papai (fazendo voz de nenem).
MARCO: Opa, Baby...
JP: Marco, espero que também não seja eu (risos, menos do Pira).
MARCO: (mais risos, não do Pira).
JP: Quero deixar claro, Pira, que não fumamos nada.
MARCO: (termina de rir). Pira, por que Pira?
PIRA: Pira apelido ou pira verbo?
MARCO: E verbo tem letra maiúscula?
JP: Marco, ele não está lendo.
MARCO: É mesmo... (conformado, cruza os braços) apelido.
PIRA: Todo mundo acha que é por causa do Pirajá, mas não é, não. É que lá em Piranguçu, onde nasci...
MARCO e JP: (interrompendo) Ahá!!!
(a continuar)
Bobagem, vamos ao Pira.
Pira é o gerente administrativo de uma unidade do Exército brasileiro. Ele prefere não mencionar mais detalhes sobre isso. Por que escolhemos o Pira? Ele lê, e escreve. Entrou em contato com a redação deste ignorativo, queria publicar também. Mas como achamos que o Pira era por demais o Pira, pensamos uníssonos (embora os pensamentos não emitam sons, ao menos os das pessoas educadas): interrogue-mo-lo.
A argüição durou aproximadamente 15 horas. Nenhum de nós sabe precisar o tempo exato, pois em certo momento revezamos e em outro, dormimos (cada um em seu respectivo espaço particular). Mas não é isso o que importa: para uma melhor digestão virtual, cortamos os trechos de silêncio (aproximadamente 4 horas), além dos papos-cabeça (27 minutos) e resumimos tudo em 3 partes, que serão publicadas com um breve intervalo entre si, de modo que dê chance para que o leitor naturalmente faça as reflexões cabíveis.
A inqüirição teve um resultado notável pelo nível de QSEDQ do entrevistado (já falamos do índice que inventamos, o "nível QSEDQ" de ignorância positiva?).
A perqüirição se segue, e basta de sinonímia.
JOÃO PEDRO: Pira, prazer. Isso chega a ser um trava-línguas, hein (risos).
MARCO: (que não ri) Não foi boa, não, João.
JP: É... Pira, quantos anos você tem?
PIRA: Trinta e cinco na certidão. Mas onde nasci...
MARCO: (interrompendo) Onde você nasceu?
PIRA: (irritado) Mas onde nasci não havia...
MARCO (interrompendo novamente): Onde você nasceu mesmo?
PIRA: (finalmente ignorando Marco) Não havia cartório nem nenhuma autoridade, lá ...
JP: (enquanto Pira continua falando) Marco, acho que ele não sabe...
MARCO: (Pira ainda fala) É...
JP: (Pira...) Foda-se, volta o gravador pra ele.
MARCO: (...) É melhor...
PIRA: ... então papai e mamãe resolveram fazer isso e eu prefiro dizer mesmo que tenho 35. Mas vai que tenho 40, 45. Ou mesmo 25. Se isso tivesse acontecido mesmo, se eu tivesse mesmo 25 anos, imaginem, há 10 eu tinha 15 e há 25 eu estaria nascendo.
JP: Faz sentido.
MARCO: Mas porque você chama seu pai de papai? Ao invés de você, você também diria "vossa mercê"?
PIRA: Não sei... (pensa longamente). De qualquer jeito, você não é papai (fazendo voz de nenem).
MARCO: Opa, Baby...
JP: Marco, espero que também não seja eu (risos, menos do Pira).
MARCO: (mais risos, não do Pira).
JP: Quero deixar claro, Pira, que não fumamos nada.
MARCO: (termina de rir). Pira, por que Pira?
PIRA: Pira apelido ou pira verbo?
MARCO: E verbo tem letra maiúscula?
JP: Marco, ele não está lendo.
MARCO: É mesmo... (conformado, cruza os braços) apelido.
PIRA: Todo mundo acha que é por causa do Pirajá, mas não é, não. É que lá em Piranguçu, onde nasci...
MARCO e JP: (interrompendo) Ahá!!!
(a continuar)
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