quarta-feira, 27 de julho de 2005

Dormindo no ponto







Bem-aventuradas as histórias realmente vividas; façamos acontecer.

sábado, 23 de julho de 2005

o círculo colorido que gira

que o tudo se transforme no nada é uma questão lógica. assim como o é as cores de um círculo que, ao girar, fica branco. às vezes é o que me passa quando quero dizer tanta coisa que dá na mesma ficar em silêncio.

quarta-feira, 20 de julho de 2005

De madrugada

Ao final, paz.
Agora, apenas, somente
A geladeira de leve a roncar
A embalar
A acompanhar
O último cigarro
do dia.
da noite.
da madrugada.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Eu, anônimo

Celebremos o anonimato! Pois, ao contrário do que frequentemente penso, não sou notado na multidão. Na verdade nada me nota, talvez até me tratem com um leve desprezo. Sou um mero estranho, a mais pura trivialidade. Sempre quis ser notado, acho eu. Ao menos ser visto por aquela garota desconhecida de sorriso tão simpático, que por alguns minutos fiquei imaginando como seria conhecê-la. Posso parecer um tanto descrente ou decepcionado com essas palavras, mas não. Reconhecer a minha própria invisibilidade, a minha insignificância frente aos desconhecidos é simplesmente uma atitude libertadora. Que a multidão vá para o inferno! Não os conheço, eles nada pensam de mim e por isso sou livre. A minha subjetividade depende disso, dessa insignificância que sou para essas pessoas. E por mais que eu tente admitir ou me convencer de que a opnião alheia é irrelevante, não acho que isso seja factível. Considero sim, pelo menos por ora, o que pensam de mim; mas o que pensam meus amigos, minha família, minhas pessoas queridas e não esses desconhecidos. De novo: para o inferno, desconhecidos! Sartre disse que somos o que fazemos com o que os outros fazem de nós. Mas é preciso limitar esses outros. Vivo, e a maioria de nós vive, em uma cidade de milhões de pessoas. Quantos outros não existem por aí?! Infinitos outros que nem tenho como me preocupar. Pro inferno! Creio que sempre tive uma certa preocupação com os outros, talvez por imaginar - coitado de mim - que sou algo de importante. Já percebi várias vezes o quão minúsculo sou, um microscópico ponto ambulante na face da Terra que de repente poderia sumir e mal ser lembrado (quantas pessoas iriam ao meu enterro?). Pequeno, sou muito pequeno em relação às infinitas posssibilidades do mundo, de onde se pode ir, do que se pode fazer, do que se pode conhecer, do que se pode viver...
Garçon, por favor, uma dose caprichada de anonimato. E um brinde à liberdade!