sábado, 16 de abril de 2011
a cidade imperdoada
quarta-feira, 6 de abril de 2011
O André descia na frente um caminho que dava na praia. Havia coqueiros em toda encosta e um grupo de quatro pessoas os balançava na esperança de que um coco caísse. O André, deixando-se embalar com a descida, deu uma voadora num tronco e dois cocos caíram. Um se esborrachou e o outro, meio franzino, caiu no mato e rolou até uma moita. Enquanto o André chorava pelo que tinha se partido e já tentava comer a polpa, os quatro sujeitos se deram conta do que havia acontecido e concluíram que tinham direito àqueles cocos. Algum direito, pelo menos. Eu vinha subindo a encosta com o coco inteiro nas mãos, chacoalhando-o para conferir a existência de líquido, quando vi os brutamontes se aproximando do André. Não queriam saber de muita conversa, queriam seus cocos. O André tentou argumentar (como sempre), mas vendo que isso não nos levaria a nenhum lugar além da pancadaria, adiantou-se por um atalho e, com o pedaço de coco que tinha nas mãos, acertou a têmpora do maior deles, curiosamente chamado Maguilha, com LH mesmo. Diante dos 2 segundos de choque sobre a turba, acompanhei o André no seu atalho e arremessei (se é que um arremesso a 50 centímetros de distância pode ser chamado de arremesso) o meu coco na cabeça de outro sujeito, que rolou por uns 10 metros encosta abaixo.
A praia continuava lá em frente, atrás do coqueiral. Enquanto a pancadaria rolou, equilibrada no número de lutadores, podíamos ouvir as ondas e as vozes das crianças na areia. Era lá que queríamos estar.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
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