quinta-feira, 31 de maio de 2007
Fatalidades (Este texto é pós-datado para 19 de novembro)
Para uns a vida é um enorme de possibilidades, para outros só é possível uma: viver, daí uma grande diferença - uns vivem dos cacos, outros da louça. Que para todo rio o mundo é dois, e se esquece do outro; que o atalho às vezes é mais longo e de segui-lo se atrasa o tempo. Até o amor.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
sexta-feira, 18 de maio de 2007
"Aurélio" (Claudinha)
- Vamos tirar o ciúme do dicionário?
- Como??
- Isso, nós podemos apagá-lo do dicionário e quem sabe assim ele não nos atormenta mais. Porque, convenhamos, quem gosta de ciúme? Ninguém! Nem o dicionário sabe explicar direito o significado dessa praga. Li outro dia e dizia algo de egoísmo, mas não sei se é isso. Eu posso dar a seguinte definição para ciúme: sentimento inútil que não leva a nada, mas apenas ao sofrimento daquele que o sente, além de poder causar brigas entre o enciumado e quem desencadeou o ciúme.
Posso ainda descrever a maneira de senti-lo assim: ardor no peito, acompanhado de calor repentino, inquietação e, posteriormente, sentimento de ânsia e enjôo.
- Tá, continue...
- Há também os tipos de ciúme. Veja só.
Ciúme do passado: dificuldade de lidar com o agora/o presente - que é o que vale - e de reconhecer, por outro lado, que o passado também contribuiu para as características atuais da pessoa. Ou seja, alguém é assim hoje pelas experiências que viveu até agora e a razão de cruzar com outro alguém pode estar justamente nessa vivência anterior.
Ciúme de amor: pode ser entendido como insegurança em relação ao ser amado.
Ciúme de amigo: sentimento de posse, egoísmo acompanhado de uma insegurança intensa do enciumado quanto aos seus valores perante o amigo.
Ciúme das coisas inanimadas: materialismo exacerbado.
- Calma, mas você que está concluindo essas definições. O dicionário não traz tudo isso.
- Tá, tá, eu sei, mas todo esse desenrolar só surgiu porque o dicionário criou o ciúme. E então, se optarmos por tirá-lo do dicionário, a sociedade nem saberá que ciúmes existem! Tudo bem, terá a fase de transição devido às pessoas que ainda conhecerão o antigo dicionário, mas com o tempo isso irá se apagando...
- Não, não dá.
- Mas por que não??? Vamos revolucionar!
- Você já assistiu a “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”?
- Hã?
- Pois então assista e você entenderá; não adianta tentar apagar tudo e tentar procurar as raízes, porque o sentimento em si não se apaga. Faz parte do íntimo humano.
- Mmmmm (pensando)... Ah, mas tirar o conhecimento da sociedade pode ser um passo, vai...
- Como??
- Isso, nós podemos apagá-lo do dicionário e quem sabe assim ele não nos atormenta mais. Porque, convenhamos, quem gosta de ciúme? Ninguém! Nem o dicionário sabe explicar direito o significado dessa praga. Li outro dia e dizia algo de egoísmo, mas não sei se é isso. Eu posso dar a seguinte definição para ciúme: sentimento inútil que não leva a nada, mas apenas ao sofrimento daquele que o sente, além de poder causar brigas entre o enciumado e quem desencadeou o ciúme.
Posso ainda descrever a maneira de senti-lo assim: ardor no peito, acompanhado de calor repentino, inquietação e, posteriormente, sentimento de ânsia e enjôo.
- Tá, continue...
- Há também os tipos de ciúme. Veja só.
Ciúme do passado: dificuldade de lidar com o agora/o presente - que é o que vale - e de reconhecer, por outro lado, que o passado também contribuiu para as características atuais da pessoa. Ou seja, alguém é assim hoje pelas experiências que viveu até agora e a razão de cruzar com outro alguém pode estar justamente nessa vivência anterior.
Ciúme de amor: pode ser entendido como insegurança em relação ao ser amado.
Ciúme de amigo: sentimento de posse, egoísmo acompanhado de uma insegurança intensa do enciumado quanto aos seus valores perante o amigo.
Ciúme das coisas inanimadas: materialismo exacerbado.
- Calma, mas você que está concluindo essas definições. O dicionário não traz tudo isso.
- Tá, tá, eu sei, mas todo esse desenrolar só surgiu porque o dicionário criou o ciúme. E então, se optarmos por tirá-lo do dicionário, a sociedade nem saberá que ciúmes existem! Tudo bem, terá a fase de transição devido às pessoas que ainda conhecerão o antigo dicionário, mas com o tempo isso irá se apagando...
- Não, não dá.
- Mas por que não??? Vamos revolucionar!
- Você já assistiu a “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”?
- Hã?
- Pois então assista e você entenderá; não adianta tentar apagar tudo e tentar procurar as raízes, porque o sentimento em si não se apaga. Faz parte do íntimo humano.
- Mmmmm (pensando)... Ah, mas tirar o conhecimento da sociedade pode ser um passo, vai...
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Há Séculos...
" (...) 'quando se aperfeiçoar o vapor, quando unido ao telégrafo tiver feito desaparecer as distâncias, não hão de ser só as mercadorias que hão de viajar de um lado a outro do globo, com a rapidez do relâmpago; hão de ser também as idéias' (...)"
Chateaubriand citado por Machado de Assis em "O passado, o presente e o futuro da literatura".
Chateaubriand citado por Machado de Assis em "O passado, o presente e o futuro da literatura".
domingo, 13 de maio de 2007
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Desabafo
Acompanho muitos sites pela internet. A maioria envolve alguma arte: literatura e fotografia são meus assuntos preferidos, nessa ordem; mas não ficam de lado o cinema, a música e a arquitetura - além daqueles desvios naturais que a rede quase nos impõe. Mas eu não quero falar sobre mim, ao contrário, isto é uma espécie de desabafo, daqueles do tipo "não é possível que eles não percebam".
É o seguinte: algum tipo de doença afeta muitos "editores" da internet e os fazem pensar que o mundo inteiro é conectado. É impossível que quem está sempre por aqui nunca tenha lido coisas do tipo, "a internet está acabando com a imprensa 'de papel'", "com o rádio", "com a televisão".
Bem, no final de 2005 68% dos brasileiros nunca tinham acessado esta nossa grande rede e 55% nunca havia sequer usado um computador. A mesma pesquisa dizia que 9,6% acessava diariamente e 24% o fizeram alguma vez em três meses. Mas isso foi em 2005. Vamos supor que no final deste ano o número tenha triplicado, vá: 30% acessa diariamente. É um exagero, claro, para os que conhecem o poder financeiro de 80% da população e podem compará-lo ao custo da internet.
Pois então. Que acabe com a imprensa "de papel" é até imaginável, embora improvável por enquanto. Mas com o rádio e a televisão? Se desses hipotéticos 30%, metade já tivessem alguma vez escutado um "pod-cast", já seria um espanto. Creio que essa metade nem sabe o que é um pod-cast. E aquela imensa parte da população que continua escutando seu rádio no carro (nas grandes cidades onde se fica muito tempo dentro do carro)? E aquela gente que tem o rádio em casa, aquelas donas-da-casa, empregadas, que ficam escutando durante suas atividades domésticas? Será que há menos donas-de-casa no Brasil do que "internautas"?
Bem, esse auê todo é parte de uma estratégia bastante usada por uma parte das pessoas cujo mundo é visto pelas janelinhas dos computadores: costumam exagerar sobre tudo o que falam (e que naturalmente leva o prefixo "http://www."). Tudo é genial, tudo é o máximo. Às vezes a gente lê e pensa "Porra, como é que eu nunca tinha visto tudo isso nesse tal Fulano?" ou "Onde é que eu estava?". Talvez seja isso mesmo que eles queiram. Polarizam uma espécie de batalha entre comunicação tradicional x internet tal qual um jovem da década de 50 (do século XIX) defendia aquelas então novíssimas teorias socialistas. Talvez tenham a esperança de um dia poderem dizer: "Eu estava lá, fui pioneiro, vanguarda, um dos responsáveis por isso que se transformou". Mas utilizam das mesmas armas: aquela propaganda maléfica cuja mensagem é basicamente "Quem tem, tá dentro, quem não tem, é um merda". Agora, vai explicar que o que eles gastam com o acesso banda larga (que na realidade dessa gente é a única opção possível) é o dinheiro que uns bons milhões de brasileiros usam para sustentar a família...
***
Não sei se era preciso, mas vou esclarecer umas coisas:
1. Não sou contra a internet (não era preciso...);
2. Não sou contra o acesso banda larga, os pod-casts, os You Tubes, etc. (tampouco...);
3. Aliás, não sou contra a maioria das coisas (nem contra quem ganha seu dinheirinho e quer gastá-lo como quiser).
4. Às vezes a gente precisa somente levantar os olhos e olhar através da janela que fica atrás da nossa tela.
5. O mundo todo é um só, nós que o dividimos e depois nos colocamos em umas dessas ilusões.
6. Tudo bem, mas vamos manter pelo menos a consciência de que é uma ilusão...
É o seguinte: algum tipo de doença afeta muitos "editores" da internet e os fazem pensar que o mundo inteiro é conectado. É impossível que quem está sempre por aqui nunca tenha lido coisas do tipo, "a internet está acabando com a imprensa 'de papel'", "com o rádio", "com a televisão".
Bem, no final de 2005 68% dos brasileiros nunca tinham acessado esta nossa grande rede e 55% nunca havia sequer usado um computador. A mesma pesquisa dizia que 9,6% acessava diariamente e 24% o fizeram alguma vez em três meses. Mas isso foi em 2005. Vamos supor que no final deste ano o número tenha triplicado, vá: 30% acessa diariamente. É um exagero, claro, para os que conhecem o poder financeiro de 80% da população e podem compará-lo ao custo da internet.
Pois então. Que acabe com a imprensa "de papel" é até imaginável, embora improvável por enquanto. Mas com o rádio e a televisão? Se desses hipotéticos 30%, metade já tivessem alguma vez escutado um "pod-cast", já seria um espanto. Creio que essa metade nem sabe o que é um pod-cast. E aquela imensa parte da população que continua escutando seu rádio no carro (nas grandes cidades onde se fica muito tempo dentro do carro)? E aquela gente que tem o rádio em casa, aquelas donas-da-casa, empregadas, que ficam escutando durante suas atividades domésticas? Será que há menos donas-de-casa no Brasil do que "internautas"?
Bem, esse auê todo é parte de uma estratégia bastante usada por uma parte das pessoas cujo mundo é visto pelas janelinhas dos computadores: costumam exagerar sobre tudo o que falam (e que naturalmente leva o prefixo "http://www."). Tudo é genial, tudo é o máximo. Às vezes a gente lê e pensa "Porra, como é que eu nunca tinha visto tudo isso nesse tal Fulano?" ou "Onde é que eu estava?". Talvez seja isso mesmo que eles queiram. Polarizam uma espécie de batalha entre comunicação tradicional x internet tal qual um jovem da década de 50 (do século XIX) defendia aquelas então novíssimas teorias socialistas. Talvez tenham a esperança de um dia poderem dizer: "Eu estava lá, fui pioneiro, vanguarda, um dos responsáveis por isso que se transformou". Mas utilizam das mesmas armas: aquela propaganda maléfica cuja mensagem é basicamente "Quem tem, tá dentro, quem não tem, é um merda". Agora, vai explicar que o que eles gastam com o acesso banda larga (que na realidade dessa gente é a única opção possível) é o dinheiro que uns bons milhões de brasileiros usam para sustentar a família...
***
Não sei se era preciso, mas vou esclarecer umas coisas:
1. Não sou contra a internet (não era preciso...);
2. Não sou contra o acesso banda larga, os pod-casts, os You Tubes, etc. (tampouco...);
3. Aliás, não sou contra a maioria das coisas (nem contra quem ganha seu dinheirinho e quer gastá-lo como quiser).
4. Às vezes a gente precisa somente levantar os olhos e olhar através da janela que fica atrás da nossa tela.
5. O mundo todo é um só, nós que o dividimos e depois nos colocamos em umas dessas ilusões.
6. Tudo bem, mas vamos manter pelo menos a consciência de que é uma ilusão...
Momento QSEDQ - Política
- "Eu entendo de algumas coisas, mas de outras confesso minha total
ignorância. Do assunto Franklin Martins, por exemplo. Só para começar, o que
faz uma pessoa que ganha - e sem nem fazer muito esforço - entre R$ 50 mil e
R$ 100 mil por mês, se demitir para aceitar um cargo onde vai passar a
ganhar R$ 8.000." - Danuza Leão
ignorância. Do assunto Franklin Martins, por exemplo. Só para começar, o que
faz uma pessoa que ganha - e sem nem fazer muito esforço - entre R$ 50 mil e
R$ 100 mil por mês, se demitir para aceitar um cargo onde vai passar a
ganhar R$ 8.000." - Danuza Leão
quinta-feira, 10 de maio de 2007
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Puertas Abiertas El Carromato
Esse é da Internacional...
2ª Jornadas de Puertas Abiertas, la fecha es el 18 de Mayo y esta vez bajo título:
"Construcción de Fragmentos, de Trayectos y Alteración de Espacios"
Mostrando a través de fotografías, instalaciones, proyecciones..., las diversas visiones que el Colectivo tiene en torno a la idea del tiempo y el espacio, ya sea a través de un viaje por otro continente, o del interior de la persona, dentro de un contenido, de una emoción, de un suceso, ...
***
2ª Jornadas de Puertas Abiertas, la fecha es el 18 de Mayo y esta vez bajo título:
"Construcción de Fragmentos, de Trayectos y Alteración de Espacios"
Mostrando a través de fotografías, instalaciones, proyecciones..., las diversas visiones que el Colectivo tiene en torno a la idea del tiempo y el espacio, ya sea a través de un viaje por otro continente, o del interior de la persona, dentro de un contenido, de una emoción, de un suceso, ...
Colectivo El Carromato
c/ San Pedro 6
terça-feira, 8 de maio de 2007
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Corto
Tudo começou há mais ou menos um mês. Até então eu não odiava os cachorros, mas não sei que sensibilidade pegou meus ouvidos quando seus latidos começaram a me matar aos poucos. Era eu ou eles. Pensei ininterruptamente em todos os meios de eliminá-los. Pensei nas bolinhas de carne, pensei em espingardas, pensei em abaixo-assinado para criar uma zona de “dog-off”. Mas não precisei fazer mais nada, pensar foi suficiente. Hoje de manhã morreu o primeiro; o dono falou de uma doença misteriosa e fulminante: uma semana divisou sua saúde e sua morte. O vizinho da frente levou o seu ontem no veterinário; o diagnóstico, o mesmo: vermes. O medo se espalhou em poucas horas e as casas das sogras logo vão se encher de latidos.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
terça-feira, 1 de maio de 2007
Molto Corto
Naquele dia eu vi até uma mulher sendo queimada. A roupa dela se esfarelou, foi um desespero.
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