sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Uma saída para esta vala:

Para variar, a janela que traz a luz me encerra: sou apenas uma janela. Um espaço bidimensional, avidraçado, geralmente retangular; dispostas horizontal e verticalmente pela cidade, são os indivíduos da paisagem: e eu.
Eu: uma janela. Postado entre as duas realidades do mundo, parapeito do interior, observador do exterior, e nada além disso. Minha condição humana chega a ser curiosa: desfocado em prol da paisagem, os dois pontos nos quais insisto demonstram bem, em fila interminável de conclusões, minha concretude de inexistente. Meus desejos são os de uma janela: ora não fazer mais do que não atrapalhar, ora me postar como um impedimento, inconsciente de que qualquer atitude ou consciência não me fará mais que uma regular janela. Como uma janela que coloquei como personagem num conto, cuja droga para se distrair da desesperança típica de seres-janela é o sarcasmo, irresistível para se sentir um pouco mais que uma simples janela a serviço dos moradores e dos passantes.
Um sujeito com conclusões imprecipitadas, seja lá o que o leitor entender dessa palavra. Eu quero dizer mais ou menos o seguinte: não tenho símbolos pré-criativos, ou seja, não crio com vistas à uma conclusão, mas o contrário: crio por uma solução. Impremeditadas. Desta forma, o processo criativo para mim é ao mesmo tempo prazeroso e doloroso. O prazer pela auto-descoberta; a dor pelo mesmo motivo. Ao mesmo tempo é difícil e fácil: este porque não estou preso a nada; aquele porque, sem nada em que apoiar, vacilo constantemente. Corrijo: meu suporte é a minha inspiração voltada para que eu torne concreta alguma comunicação. Uma comunicação, no entanto, que não me pertence e de que tampouco me sinto proprietário. É autoral na mesma medida em que o vidro influencia na visão da paisagem. Não é realista, nem afeita ao proselitismo de observadores ou paisagens; é somente influência. O que pode parecer uma fraqueza para os espíritos viçosos, sustentados por temáticas clássicas a modernas, para mim, valado no pós-modernismo, pode ser uma nova opção, uma nova linguagem, típica de porquinhos ingênuos mas ardilosos.
São sujeitos para os quais não importa quem olha, o que se olha ou como se olha. O que importa é olhar. Preferem o verbo, enquanto os outros elementos, não sendo dispensáveis, são acessórios. E o que vier disso não é só bem vindo, mas também verdadeiro; não a verdade absoluta, às vezes até colocada em maiúscula, mas como parte da verdade maior que, já vimos, não alcançaremos por meio da linguagem, e sim por meio das pessoas que a linguagem atinge.
Sujeitos para os quais a esperança é um gato com várias vidas já mortas e que, como toda geração, tem a sua nas mãos e quer, agora, decidir o que fazer com ela: comunicamos mais do que qualquer outro em qualquer época imaginou ser possível se comunicar. E não estamos satisfeitos, claro.
Mas qual caminho queremos tomar?
Exponenciar a comunicação até que ponto?
Quais são as nossas opções e os seus respectivos limites?
Para onde queremos ir?
Vamos começar a tomar o controle do que temos ou vamos deixar o que temos nos controlar?
Minha saída - uma fatalidade, é certo: sermos janelas, com todas suas limitações e todas suas vantagens. Sermos o meio. Os quartos, as salas, as ruas e as montanhas; os moradores, os passantes e os animais já foram pisados e repisados. Existem, e ponto. Nem sujeitos nem objetos: verbos (com ou sem suas implicações bíblicas, a depender de cada um).
Se a pretensão é demais, talvez isso seja uma boa idéia de que é um caminho promissor.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

terça-feira, 28 de outubro de 2008

bagagem

estou me alforriando de mim mesmo -
o que devo levar?
e estes post-it´s ainda grudados na minha pele?
esta parafernália toda:
até onde ainda serei eu?

domingo, 26 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Há quanto tempo

"... a vida é, em certa medida, quântica, já que se rege pelo princípio da incerteza e da indeterminação."

É o Ferreira Gullar, na FSP de ontem (19-10), explicando o título deste ignorativo e a nossa antiga atração pelo adjetivo (quântico) (esclarecendo: ainda antes d'O Segredo e etc...).

sábado, 18 de outubro de 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Uma observação

Outro dia estava conversando com o Marco sobre as nossas séries aqui no QSEDQ, e de que eu gostaria de dizer algo sobre elas. É que, na minha opinião, elas ultrapassam (ou devem ultrapassar) as fotografias e os textos com os quais as ilustramos. Mais do que isso, são sugestões para o olhar dos nossos parcos (sempre parcos) leitores.
Se, por exemplo, viajando para um confim do mundo, você testemunha uma atitude que até então julgava brasileira: qualquer lugar do mundo - o nosso QLDM. Se repara num conjuntos de luzes interessante - constelações. Se enxerga a presença divina num raio de sol passando pelas nuvens - eyeing. Se vê uma construção ou objeto fálico - oFálico. Se presencia, sei lá, um avião pousando numa estrada: crisdentidade.
São, portanto, formas de enxergar o mundo e os acontecimentos. Não a nossa forma, mas nossa contribuição para refletirmos um pouco as nossas experiências.
É isso, pode continuar.

Ele, de novo

Adivinhou?

Advinha

La Table do turista

sábado, 13 de setembro de 2008

Voltando ao assunto (Orkut)

Na pesquisa de campo para o texto do Orkut, encontrei uma narração que achei boa:


Meus amigos, eu sei o que é não ser correspondido, Atualmente, vivo muito bem obrigada, mas já passei por momentos românticos infelizes. Por isso, vou contar uma história de um amigo que vive a situação de se dedicar por uma mulher e não ter o mínimo de consideração por parte dela.
Vamos lá, o caso acontece entre meu amigo Jaspion e minha amiga Rosarita Chanel. Apesar de parecer estranho um amor nipônico com uma sertaneja fashion, o romance aconteceu. Pelo menos no início. Os dois saiam juntos, se divertiam mas em um ponto não combinavam. O Jaspion tomava refrigerante e a Rosarita mandava o saquê do avô dele. Ela reclamava que ele não aguentava a bebida, e ele dizia que ela bebia demais.
Mas o fato é que o Jaspion se apaixonou de verdade, mas a Rosarita Chanel não estava nessa. O coitado ligava de cinco em cinco minutos e ela nem aí. Um dia, numa das chapações de pinga mineira Rosarita, ao som de "Galopeira", a menina desandou a gritar impropérios ao telefone para o coitado, que sem entender nada, chorou abraçando o tamagochi.
Eu até que tentei dar conselhos para ela, mas sem sucesso. O negócio dela era uma garrafa cheia. O que fez Jaspion? Começou a beber em doses cavalares para poder acompanhar a amada, e provar que eles eram feitos um para o outro . Depois de quase passar um colapso no fígado, foi procurar sua musa. Sabe o que ela fez?Disse que por causa da lei seca, precisava de um namorado que não bebesse. O Jaspion saiu dirigindo e foi preso. A Rosarita ...bom, ela nem lembra...rsss
Do perfil de "Jack"

As exceções a QLDM

Os teclados são coisas impossíveis de QLDMzar. Mostre uma foto do seu.

O Orkut

O Orkut é um negócio muito engraçado, um acontecimento social digno de ser objeto de estudos no futuro. (Aliás, boa idéia criar-se uma cadeira acadêmica como o nome ciências de estudos do futuro.) Mas, voltando, o orkut: coisa engraçada. Tentem criar um pseudo-perfil e navegarem livremente pelo site com os olhos de um pseudo-orkutiano. Digitem um nome comum com um sobrenome comum e vejam no que dá. "Fabio Guimaraes" por exemplo. Observem o resultado da pesquisa pelo seu amigo Fabio Guimaraes, sem acento mesmo. Vejam as fotos dos perfis, as cidades e as auto-descrições. Sintam como a coisa é engraçadíssima, além de ser um potencial objeto de estudos no futuro, claro.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Link do conto debaixo

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080719/not_imp208448,0.php

e pronto.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Meninos, eu vi

O escritor me conhece, o fotógrafo não, mas todos conhecem a personagem.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

sábado, 19 de julho de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

sinal de vida

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

fuscódromo

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domingo, 18 de maio de 2008

sábado, 17 de maio de 2008

poesia

novidade

eu tenho um suspensório
quem tem um suspensório?
eu tenho um suspensório
comprei um suspensório e agora
tenho um suspensório.

terça-feira, 13 de maio de 2008

crise de indentidade - trânsito paulista

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foto: antonio andrade - uol

segunda-feira, 5 de maio de 2008

flor vestida

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sábado, 26 de abril de 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

domingo, 20 de abril de 2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

#2

O que estou é velho. Cinquenta anos pelo São Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.

Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se uma pessoa a vida inteira sem saber para quê! Levantar-se cedo todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E depois guardar comida para os filhos, para os netos, para muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom vir o diabo e levar tudo?

*.*

s. Paulo Honório - São Bernardo

#1 (Matrix)

- A gente se acostuma com o que vê. E eu desde que me entendo, vejo eleitores e as urnas. Às vezes suprimem os eleitores e as urnas: bastam livros. Mas é bom um cidadão pensar que tem influência no governo, embora não tenha nenhuma. Lá na fazenda o trabalhador mais desgraçado está convencido de que, se deixar a peroba, o serviço emperra. Eu cultivo a ilusão. E todos se interessam.

*.*

s. Paulo Honório - São Bernardo

terça-feira, 1 de abril de 2008

sábado, 29 de março de 2008

A _ _ _ _ _ _ Q _ _ _ _ _ T _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ A _ _ _ _

O que falta para São Paulo, já se disse, é também uma visão cinematográfica. Seria útil, nesse sentido, acostumar-se - coisa para qual ainda não tivemos tempo. Fones de ouvido, para a trilha sonora. Andar assim pela rua fica agradável, a opressão da desarmonia, o desperdício de espaço, viram notas - do que você quiser.
E você tem seus prédios preferidos? Quais são eles? Nos mostre a fachada, nos conte a história, quem é o arquiteto? Coloque uma marca no google earth. O que você faria diferente? E o que você faria igual em qual outro lugar?

segunda-feira, 24 de março de 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

vista

sábado, 15 de março de 2008

A lenda negra (sobre a questão espanhola)

Hernán Schengen Cortés

La leyenda negra española está de vuelta. Renacida. Resucitada. Parece inevitable: la propia definición que el diccionario de la Real Academia de la Lengua Española hace de ´leyenda negra´ (“opinión contra lo español difundida a partir del siglo XVI”) está diseminándose por el mundo. Después de los tétricos episodios en las salas de retenciones de Barajas y El Prat, la imagen de la España de la conquista se ha tatuado en la imaginación de los extranjeros, principalmente de los latino americanos. La España torpe, católico céntrica y brutal que Fray Bartolomé de la Casas retrató en Brevísima relación de la destrucción de las Indias, vuelve/renace: “Hacían unas orcas largas que juntasen casi los piés á la tierra, y de trece en trece, á honor y reverencia de nuestro Redentor y de los doce Apóstoles, poniéndoles leña y fuego los quemaban vivos”. Parece que de nada han servido años/décadas de buenas intenciones, progreso capitalista y presunta civilidad europeizada. Las insultantes palabras del historiador Philp Wayne Powell, recogidas en su libro Tree of Hate, están ganando argumentos a este lado del Atlántico: “Los españoles se han mostrado históricamente como excepcionalmente crueles, intolerantes, tiránicos, oscurantistas, fanáticos, avariciosos y traidores”. Y es que, aunque la leyenda negra fue encendida por los enemigos del Imperio que sufrían la competencia comercial/colonial o simplemente presión política, es difícil limpiar el oscurantismo tiránico de la historia de España.

Continua... (clicando aqui)

sexta-feira, 14 de março de 2008

sábado, 23 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

domingo, 10 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

R.II

"As coisas em geral não são tão fáceis de apreender e dizer como normalmente nos querem levar a acreditar;"

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

R.I

"Não há nada que toque menos uma obra de arte do que palavras de crítica: elas não passam de mal-entendidos mais ou menos afortunados."

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

MEC, Rio




sábado, 19 de janeiro de 2008

domingo, 13 de janeiro de 2008

Chegando... (já era hora)

*** seremos sempre uma família resistindo deixar o sertão castigado pela seca? ***

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

des-canso

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

alternadamente

outro dia encontrei o andré em caracas. ele estava barbudo e ambos estávamos bêbados. conversamos um pouco, xingamos e elogiamos o chávez repetida e alternadamente e ele até me pediu um texto inédito. é este aqui, que saiu na nova edição do histórias possíveis.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

071215.V

O machismo, o feminismo, essa revolução já aconteceu e o legado é inescapável. A mulher e o homem se sabem serem iguais como sabem serem diferentes – embora o feminismo tenha sido assumido com atraso. E eles ainda não aprenderam a lidar com esse conhecimento. Pushing, pushing, saiu alguma coisa como a quântica. O trem está partindo.