:: Da Lucidez da Arquitetura ::
Antológica, pra se ter sempre à mão e reler, reler... A entrevista do arquiteto Paulo Mendes da Rocha a Ana Paula Souza na CartaCapital é de uma lucidez e de uma sabedoria sem tamanho, mesmo que um tanto dolorosa -- infelizmente, a entrevista não está disponível na íntegra no site. Pincei algumas frases:
Uma cidade degenerada
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha ergue e destrói a paisagem urbana
*A rigor, devíamos [arquitetos e urbanistas] ser mais ouvidos no plano político, nas questões de desenvolvimento das cidades. É uma pena que haja uma tendência de a arquitetura se tornar banal. Isso é decorrência da vertigem mercantilista do nosso tempo.*
*Falamos em água, ar, mas o que pode acabar antes somos nós mesmos.*
*A arquitetura constrói espaços para amparar a imprevisibilidade da vida, não para determinar comportamentos. A cidade é o lugar da liberdade.*
*O mercado é um horizonte falso e, se ficar no comando do processo, só produzirá asneiras como a dos neoclássicos.*
*A classe média alta é a mais baixa da população.*
*Como revitalizar o centro histórico? Transformando botequim em centro cultural? O botequim era um centro cultural.*
*A cidade é o lugar da reprodução do conhecimento na fala diária dos homens que precisam conviver.*
*A classe média não quer frequentar a liberdade.*
*[...] é essa consciência do próprio desastre que forma estados patológicos como o pânico. São pessoas que já não respeitam o outro, estão num estado de delírio.*
*A cidade é, por excelência, o lugar do discurso do homem, o lugar onde as coisas continuam, como experiência e como vida.*
Por Paulo Bicarato, às 15:17 de 16.08.2007 - Categoria: Pensatas
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
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