segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Poesia interpretada em co-autoria

De repente
Do peito entupido
Do coração engasgado
As lágrimas me vencem os olhos
Derramam-me à boca
Gosto de você

Saio à rua
A tua procura
O sol me queima o corpo
O suor encontra a boca no meu rosto
Não posso te encontrar
Gosto de você

__________________________________________________

J.P. Cilli para mim
olha no site. nos rascunhos, tive a liberdade de continuar um poema seu...

Marco para J.P. Cilli
vou olhar.
à vontade, ainda mais nesses tempos de prisão de "mente"...

Marco para J.P. Cilli
Gostei da continuação que vc fez. Gostei do suor que encontra a boca em contraposição ao eu que não encontra o que procura. E o suor completa a idéia do salgado, do gosto da procura... legal. Vou postá-lo depois. Gostei da idéia de co-autoria.

J.P. Cilli para Marco
o engraçado é que, por causa das rimas, vc fica mais em dúvida se é gósto ou gôsto... ou seja, vc não encontra a rima, pode ser os dois...

Marco para J.P. Cilli
Uma coisa que me surgiu depois é que além de gôsto e gósto, há ainda sentidos do gôsto que se fala: pode ser o gosto salgado da lágrima e do suor ou ainda o gôsto do amor que não se encontra mais. Por isso que gostei do "Não posso te encontrar/ Gosto de você". É uma contrariedade dizer que não se encontra o gôsto depois de se falar do gôsto do suor e das lágrimas na boca, e daí a possibilidade de se entender o último Gosto como o gosto de algo mais...

J.P. Cilli para Marco
outra coisa que me surgiu, também depois, é que na primeira parte, o sofrimento é romântico, pq chora e engasga o coração. no segundo, é mais físico, parece que é um sofrimento mais cru, que dói o físico e não o coração, entende? acho que isso, os dois juntos, o sofrimento físico mais o sofrimento sentimental, se completam e passam a imagem do sofrimento completo mesmo. pq quando sofre, além do sentimento, às vezes parece que dói mesmo, né...

Marco para J.P. Cilli
E apesar de sofrimentos diferentes, eles têm o sabor do sal em comum.

J.P. Cilli para Marco
bem, de todo modo, "você" pode ser outra coisa que não mulher... pode ser felicidade, paz, liberdade, inspiração, sei lá...
--------------------------------------------------------------------------
J.P. Cilli para Marco
"ô", ficou bem legal a postagem! a foto e os comentário embaixo, bem legal mesmo...

Marco para J.P. Cilli
achei que ficou bacana também. Gosto muito daquela foto e achei que dá para relacionar com as gotas de suor e lágrimas que ficam meio que congeladas dentro de nós esperando um pouco de calor para se deixarem sair.

J.P. Cilli para Marco
pois é, essa coisa da gota de gelo esperando para derreter, é um pouco do "peito entupido/ coração engasgado" e do "não consigo te encontrar/gosto de você"...

domingo, 12 de fevereiro de 2006

inferno


rio manso já não és
das pedras já não sabes
em tua terra foste manto
em tua terra já não cabes

(choras tuas águas
mágoas de rios e chuva
curvas à sina do teu chão
onde fincas tuas unhas)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

purgatório


rio nem sempre manso
canto margens de encosta
morro onde nascente chora
rio que não alcanço

(qual tua felicidade
tens a me oferecer
quando descobrir-te
minha última idade?)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

paraíso


estradas de rio manso
não sabes quanto quero
há quanto tempo espero
e ainda sentado me canso

(seria feliz para eternidade
onde pudesse cutucar o nariz
e publicar alguns versos
que fossem nenhuma novidade)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

das manhãs e das janelas (distração-reflexão sobre a tristeza)


quem se apaixona às 11 e 45 da manhã? eram amigos há tempos, não havia dúvidas com relação a isso. ele estava triste, desanimado. nunca te vi assim, disse ela. aconteceu alguma coisa? não, talvez seja isso. ela distraiu sua atenção a ele e com seus pensamentos sentiu compaixão. que, logo depois, tornou-se paixão. olhou-o durante um tempo, ele que nem a percebia. sentiu a paixão crescer, quis beijá-lo, passar o resto da vida fazendo-lhe carinhos, esquecer o namorado. mas ele continuou triste, olhando a luz da janela indefinidamente. ao meio dia, ela já havia se distraído com as suas coisas e se esquecido da sua paixão. ele continou triste e desanimado, olhando a luz do sol pela janela.