quinta-feira, 4 de agosto de 2005

O Inevitável Silêncio


Não se viam há algum tempo, mas sentiam como se tivessem se encontrado ontem. Uma espécie de intimidade esquisita, que existia e não exisitia ao mesmo tempo. Talvez uma verdadeira cumplicidade.
Naquele momento, queriam simplesmente estar ao lado do outro, contar o que viveram, pensaram naqueles meses anteriores.
Ele, ansioso, passou dias só imaginando como seria mais uma conversa ao seu lado, olhar mais uma vez para aquele sorriso encantador.
Ela, curiosa, queria saber como se sentiria na presença dele, depois das fortes palavras em que ele revelou seu desejo por ela.
Conversavam, contavam casos, besteiras. Riam, se divertiam.
Admiravam o pôr-do-sol especialmente bonito naquele dia.
Até que se fez o inevitável silêncio quase constrangedor.
Se olhavam.
Ele. Ele praticamente a tocava com o olhar, queria tocá-la, brincar com seus cabelos, talvez beijá-la com carinho.
Ela. Ela se sentia feliz, afinal.
Já não sabia o que queria; talvez ser beijada.

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