terça-feira, 6 de junho de 2006

Mais Contos Folclóricos

uma certa mulher tinha um filho mui casmurro, que não brincava nunca, nem sozinho, nem com as outras crianças. tendo ido consultar uma velha curandeira da região para resolver o problema do filho, ela foi instruída a fazer certa coisa. meditou muito a mãe se realmente deveria fazer aquilo, mas, ficando mais desesperada dia após dia, decidiu tentar. então, num dia de chuva, fez-lhe um barquinho de papel, mui grande e formoso, levou o filho com muito esforço para fora de casa, colocou-o em cima do barco e ambos numa pequena corredeira formada pela água da chuva, que carregou-os abaixo. ao lado de tal barco, colocou outro, bem menor e com um pedido escrito num pedaço de papel, que o garoto fosse como uma criança qualquer. o barco grande, então, encalhou em um local de profundidade menor e o pequeno seguiu até desaparecer da vista da mãe. a curandeira afirmara que, assim, o pequeno barco iria para o rio sagrado e circular de anutaz e que, ao completar a primeira volta, o desejo começaria a ser realizado. passado um ano, a mãe, não tendo notado diferença nenhuma no comportamento do filho, procurou a curandeira. ela a recebeu com muita atenção, perguntando-lhe o que desejava. a mãe, angustiada com o filho, questionou-a quando o pequeno barco daria a primeira volta. a velha encarou-a séria e disse:
- a volta do rio durará a vida do seu pequeno filho.
a mãe, então, ficou revoltada com a resposta e a velha, vendo o nervosismo da mãe, acrescentou:
- se quiseres, podes acompanhar o pequeno barco, eu posso te mostrar o caminho.

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