terça-feira, 8 de agosto de 2006

Welcome

Estive na Sérvia e talvez por ser um pacifista me interessava saber sobre a guerra; e os sérvios as experimentam desde séculos. Meu amigo sérvio me contava a sua experiência e o seu conhecimento, em meio a "não quero mais falar de guerra". Nosso principal assunto foi Kosovo e não havia momento melhor para identificar esse conflito com o que acontece atualmente em Israel: política e economia dos Estados Unidos. Capitalismo, petróleo. Isso, somado à justificativa da proteção de direito humanos, que não é verdadeira, leva o país ao que vemos. No caso da Sérvia, a comandar uma OTAN em bombardeios à capital Belgrado, inclusive a civis e hospitais, como fazem os israelenses no Líbano, com a diferença que agora há alguma resposta, também triste. Meu amigo me narrou que passava as noites com os amigos em uma cidade ao norte de Belgrado vendo os tomahawks passarem em direção à capital e as artilharias anti-mísseis tentando pará-los. Até o dia em que o míssel parecia vir a eles, o que chegou a causar correria em alguns mais apressados. Mas o míssel não caiu ali. A capital está praticamente reconstruída, mas a OTAN continua apoiando a máfia de Kosovo. Sim, Kosovo, que é uma região sérvia, abriga uma máfia albanesa financiada pelos EUA contra uma Sérvia simpática aos interesses russos. O que meu amigo contou é uma história diferente da contada pela mídia aqui no Ocidente. Contou que os sérvios (mas não só sérvios, senão todos os que não são albaneses) são mortos e expulsos do seu próprio país, com o apoio da OTAN. Isso causa revolta nele, "Não quero mais falar sobre isso, minha vontade era juntar um exército e mandar matar todos eles". E eu entendo o seu ódio quando imagino amigos brasileiros fugindo do Rio Grande do Sul com medo de argentinos, por exemplo. É uma hipótese, impossível creio, mas me ajuda a entendê-lo. No mais, temos muita coisa em comum com os sérvios; eles, por exemplo, também gostam de rir da própria desgraça. Meu amigo me conta uma história verdadeira, mas como piada, de que um amigo visitara o Líbano e enquanto aguardava na fila do passaporte notou que o oficial estava deveras mal humorado. Chegando sua vez, entregou o passaporte e o oficial, ao notar que era sérvio, abriu um largo sorriso e disse: "You terrorist, we terrorist. Welcome."
Há muitos sites sobre o assunto. Um é http://resistir.info/europa/kosovo_port.html

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