hoje a paisagem neon do sul manchou-se de uma chuva incerta.
o impacto pesado dos pingos no telhado podiam ser contabilizados
e até as andorinhas permaneceram por um tempo piscando seus ventres contra as nuvens.
neon o verde da montanha alta esculpida a sudeste e do vale em seu caminho setentrional;
neon o azul do céu lançando um arco-íris incompleto ao ocidente.
agora só os pardais ousam guarnecer as marquises e os muros com as últimas catas no bico e os últimos troca-troca de lugar
(a viuvinha espia assustada pelo túnel emplumado do seu ninho).
após um breve suspiro volta a terra expelindo seus odores de reclamação úmida contra a provocação da chuva que retornou decidida.
os cavalos escarafuncham tranqüilamente com bocas de velcro as faixas de mato de uma construção abandonada;
um gavião traça sua última elipse sobre os eucaliptos
e além da antena parabólica
desaparece nos fundos das telhas do vizinho.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
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